quinta-feira, 24 de maio de 2012

Distante

E de todas as manhãs hoje foi diferente. Levantei da cama sem saber se havia mesmo dormido ou desmaiado. Meus olhos estavam inchados e doloridos sem motivos, meu corpo estava doendo, senti fraqueza e qual quer outra dor que pudera imaginar. Sei que tudo doía, mal conseguia raciocinar. Trocando alguns passos, deixando meu corpo levar por ele mesmo e fazendo o que precisava ser feito.
O caminhar do dia foi apenas como uma melodia. Do seu tom mais grave a sua passiva tranquilidade. Me fazendo refletir dano pós dano, ato por ato. Era um filme que passava pela minha mente, sem imagens nem som, apenas mensagens. Frases soltas, palavras chulas, o reconhecimento de tudo. 
Se passara minuto a minuto e eu apenas roçando minhas mãos uma na outra e sentindo toque por toque como um espeto que me cortava. Sei que por onde olhava era oco, distante. Vai ver eu nem estive ali, provavelmente mais um sonho e logo eu acordaria. 
Encontro-me sem rimas, sem ideias, sem pensamentos concretos. Minha mente esta anestesiada e meu corpo cansado. De vivo encontro sentimentos sobrevoando as barreiras, chegando aos estremos. Não sei o que deve ser dito, o que sera previsto, o que vira para frente. Afinal me encontro oca.

Nayara Alvim (Sombras Outonais).