segunda-feira, 2 de abril de 2012


Sou a ponte


Uma ponte sempre uma ponte,
Um rio traiçoeiro repleto de pedras escorregadias e perigosas,
A ultrapassagem parece ser impossível, mas alguns conseguem.
É preciso ser forte.
A um atalho, um lugar onde poucos conseguem encontrar.

Ponte que interliga as duas pontas do rio deixando a travessia mais tranquila e exorbitante,
Podendo assim admirar a paisagem e aproveitar tal momento tão mágico ao lado de alguém,
O seu alguém, o alguém que escolheste.


Me vejo de repente diante desse rio sem saber o que fazer, perdida, com medo.
O medo não cessa dentro de mim, o coração disparado, sinto que vou desmaiar.
Comecei assim, uma pedra um pé, para facilitar o próximo passo pulei uma e pronto, me dei de cara com um deslise.
Caminho errado, neste era preciso pular a longa distancia, ainda era mais perigoso.

Tempos se passaram e eu ali presa a encruzilhada de pedras e a água escaldante batendo sobre meus pés.
Meu corpo já se encontrava frio, roxo, estava perdendo as minhas forças,
Só não sabia se era pelo medo ou pelo tempo em que eu já estava ali.
E então eu saltei, saltei com todas as minhas forças, nos meus sonhos,
Pois mal meus pés saíram do chão e eu cai, cai como um cascalho.
Um grito com todas as minhas ultimas forçar, a dor se espalhou e eu me parti ao meio.

Estava acabada, destruída, não avistei ponte alguma, não fui forte o bastante quando precisava ser, não agi com coragem, fui covarde.
Me dei por fim, ate que senti sendo pisoteada por um peso três vezes acima do meu ou era eu que estava fraca de mais para aguentar?
Uma luz, um brilho encantador, imaginei que viste para me ajudar.
Sente que meu coração voltou a bater novamente e fui recuperando forças de onde eu mal sabia que tinha, fui me refazendo aos poucos.
Parecia mágico.

Mas que bobagem! Burra eu de acreditar que seria verdade.
A fortaleza de algo que parecia ser bom se escasso em pouco tempo.
Ampulheta rodava e marcava momentos que ficaste sobre mim e meu corpo deduzia que já não era desconfortante, estava anestesiada de mais para sentir a dor.
Assim que a luz se abortou em poucos passos entrando na escuridão e sumindo, sumindo para sempre.

A dor voltou como nunca, pude sentir tudo novamente, mas agora era pior.
Era de mais. As marcas que deixará causaste feridas que ate hoje não conseguiram ser curadas.
Não a como fugir pois não tenho mais forçar, não a como pedir mais, pois já me encontro sem fala, não a como fazer nada alem de esperar.
Foi assim que eu entendi, tanto tempo ali mergulhada no rio sem fim, eu, eu sou a ponte. Sou o elo que liga as duas pontas, só isso.
Jamais serei diferente, sempre assim, iludida, usada e trocada. Sou a ponte.

Nayara Alvim.