domingo, 18 de março de 2012


Poço de insegurança

A encruzilhada da vida é algo que nunca conseguirei dar por acabado. É feito de remorso, dor, destruição. É se perder várias vezes para ter a obrigação de se achar novamente, ou melhor tentar se achar. Porque a tempos que não se é possível.
Feita de mudanças repentinas,de um terrível passa tempo. Nos ilude com o bem, dando nos em troca o mal. 
O poço onde me atirar-te várias vezes esta cada vez mais fundo, traiçoeiro. É tudo tão tenebroso.
Não é percebido mudanças de boa fé, apenas vejo alavancas que desdém os pobres sentimentos. Que insiste em quebrar cada pedacinho do que é chamado de coração. 
A questão já não é mais querer e sim conseguir suportar, a esperança se escassa a cada instante. O fim e o começo de tudo, começa com dor.
- Chorar 
- O que?
- Se tornou um gosto. 


Nayara Alvim.

A flor do sonho

A flor do sonho, alvíssima, divina
Miraculasamente abriu em mim,
Como se uma magnólia de cetim
Fosse florir num muro todo em ruína...

Pende em meu seio a haste branda e fina.
E não posso entender como é que, enfim,
Essa tão rara flor abriu assim!
Milagre, fantasia ou talvez... sinal.

Ô flor, que em mim nasceste sem abrolhos, 
Que tem que sejam tristes os meus olhos
Se eles são tristes pelo amor de ti!

Desde que em mim nasceste em noite calma, 
Voou ao longe a asa da minha alma
E nunca, nunca mais eu me entendi.

Florbela Espanca .