terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Eu não sou o bastante

  Foi-se o tempo em que eu reconhecia algo aqui, eramos como Romeu e Julieta. Amor impedido, acobertado, guardado apenas dentro de nós. Aprendíamos a lidar com a situação com o tempo, a saudade, a distancia, tudo sempre tão difícil... Mas ali existia um dos laços mais fortes que tive a sorte em conhecer, o sentimento puro, a vontade de ficar junto, existia ali algo muito mais do que um amor comum. Ao menos era isso que eu achava... 
  Eu te procurei em ruas escuras, noites de desespero e angustia. Mal pregava os olhos, fazia questão em te esperar. Ficando com o coração na mão. Eu errei muitas vezes, eu sei. Mas tento entender, tento montar pedaços dessa quebra cabeça sem fim e não consigo! Dentro de mim apela para qual quer outra explicação a não ser a dura e velha verdade. A vida nos encaminhou para outros caminhos, ao menos você os seguiu.... Pois ainda sim, boba eu, continuo ali na espera de um sinal que possa me dar esperança para continuar. Você se perdeu? Eu estive a todo tempo do seu lado para segurar sua mão.... Ou não era você que estava ao meu lado? Apenas uma parte? Então todo este tempo que estive vivendo ao seu lado estava apenas com uma parte do seu eu? O que te desprendia a mim? O que descordava? Sempre incompreendida? Perguntas que me fazem ficar ate mesmo zonza, eu não sei lidar. Sei o quanto dói ter um amor perdido, uma parte de você por ai a fora, andando e tropeçando sem ter ideia do que acontecerá, que perigos podem acontecer, que feridas mais iram aparecer ou o que pulsa com maior dor aqui dentro, quando encontrar alguém melhor que eu. 
  Esse é o problema de se entregar como nunca havia feito na vida, abrir portas para o amor sem medo e despencar nesse penhasco sem fim, confiando em "nós" e mais nada. Eu tentei, tenho a maior certeza disso, nunca quis tanto algo como quis você. Mesmo sem querer, mesmo implorando a mim que me segurasse, eu ainda lhe procurava. "Não é no sentido de não querer mais e sim no sentido de não poder e não dar mais" nunca uma frase me derrubou tanto. Assim eu entendi. Finalmente eu entendi. 
  Vou apanhar da vida ainda, sei que vou apanhar de você também, com seu afastamento, com suas mudanças, com seu jeito seco de me tratar. Seja o que for, eu irei aprender de uma vez por todas que isso nunca foi para mim. O medo era besteira? Não, eu sei o quanto doí e não faço ideia de quando ira passar. Eu não quero isso para mim, eu não quero ser fraca, eu não quero implorar para que fique comigo, não quero que sinta pena de mim. Apenas queria acertar uma vez se quer, uma vezinha. Que a vida ao invés de me cortar em mil pedacinhos me amontasse e me deixasse assim por infinito tempo. 
  Você seguirá sua vida, conquistará alguém fácil. Consegue ser encantadora e amável como ninguém que eu havia conhecido, sabe disso. Tem a alma ferida, é sentimental mesmo que durona, consegue ser galante, engraçada, brincalhona. Tem lá suas manias, seus rituais ate mesmo para dormir. Inventa, muda os nomes do que você gosta, é meiga, é criancinha, madura... Conquista ate mesmo quem só olha de longe. Feita para ser amada, para ser cuidada. Mas eu não fui capaz, não fui o bastante não é mesmo? Seja quem for esse alguém que terá daqui para frente a chance de poder seguir com você, de te fazer feliz, será sem duvida a pessoa mais sortuda desse mundo. Ao possuir a peça defeituosa que trará sentido para tudo, ate mesmo no sorriso que carrega ao despertar durante a manhã. 
  Com toda minha sinceridade escrevo mais um de meus rabiscos... 


Nayara Alvim.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eu não tenho muito a oferecer...

Um quarto bagunçado cor de nada. Uma rotina monótoma e desinteressante.Tenho livros de contos e poesia, posso fazer café bem forte quando a noite vier e o sono faltar. Tem a vista linda que da do meu quarto para o céu lá fora, na qual não me canso de ver nunca. Tem minha companhia chata e grudenta. Feita hábitos, costumes e eternas manias. E o péssimo azar de gaguejar e corar rapidamente a cada errinho cometido. Tamanho nervosismo! Perceba também que sou ciumenta ou mais, possessiva. Por cobrar uma atenção mais do que demasiada e de forma alguma gostar da ideia que te olhem com desejo. Que você fique longe de mim. Mas também sei que tenho ardor na alma, desejos de loucuras que pode lhe arrancar o folego, lhe faz explodir de tanta alegria. Estava em nossos sonhos...

Não tenho uma beleza estonteante para te encantar todas as manhãs quando acordarmos, mas tenho carinho e um sorriso sincero a oferecer, todos os dias. Não sou interessante, inteligente e poderosa. Sou uma meninota que ainda esta aprendendo o que é a vida. Não sou de novidades, não de muitas. Minha vida é quieta  e meus problemas são confrontos de tempos e tempos atrás. Não tenho uma casa enorme com um jardim lindo como sempre sonhávamos em ter. Apenas tenho um comodo de quatro paredes que chega ser aconchegante e se quiser, pode chamar de nosso.

Sou manhosa, tenho medos bobos, pareço ainda uma criança com uma descoberta a mais, apenas. E tenho um vazio enorme em não te ter por comigo, agora. Você partiu sem mim...
Eu tenho tudo isso e um sentimento sincero do tamanho do universo para lhe oferecer. Amor.
Assim vejo que não é muito apesar de antes parecer suficiente para lhe ter junto a mim...

Eu não tenho muito a oferecer, amor...

Nayara Alvim.