sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Nem tudo é fácil

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. 
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia. 
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua. 
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo. 
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar. 
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo. 
Se você errou, peça desculpas... 
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? 
Se alguém errou com você, perdoa-o... 
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender? 
Se você sente algo, diga... 
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar? 
Se alguém reclama de você, ouça... 
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz? 
Nem tudo é fácil na vida... Mas, com certeza, nada é impossível. Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, que também tornemos todos esses desejos, realidade!


Cecília Meireles.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013



A solidão domina aquele que você ama.
Quando você sabe que pode nunca mais abraça-lo.
Mesma perdida na escuridão, meu coração vai encontrar você.
A alma morre na mão daquele que a carrega.
Se eu pudesse encontrar um lugar para fugir... Escondida em segurança, eu estaria lá hoje.
A luz do dia mais escuro me encontra aqui, os que esperam estão sempre observando, como escapar de si mesmo?

                             
                                                                                                       Desesseis Luas (409). 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Tempo errado


  Alma velha quase gaga, sou das antigas. Sinto que nasci no tempo errado, eu fiquei para depois, lá atrás. Onde uma boa conversa em uma mesa de café todas as tardes era valorizada. Onde as pessoas se socializavam e costumavam ser mais descentes e educadas. Sou do tempo onde o amor era tudo o que tínhamos de mais lindo no mundo, havia respeito e cuidados. Talvez ate lealdade. Tempo que os pais mandavam algo e você apenas abaixava a cabeça, por não ousar discutir com maior autoridade. Onde o amor começava com fitadas de relance e sorrisos no canto da boca. As intimidades de namoros eram segurar a mão e o corpo todo se estremecer apenas por sentir o toque da pessoa amada. Sou do tempo onde o pouco era valorizado, como um pão com salame dado ao mendigo nas ruas sujas.
  Nesse tempo havia tudo que eu queria, pena que a realidade é outra. O tempo é outro e tudo esta errado, ou melhor, eu sou a errante. Meu corpo é jovem, mas a alma vive décadas e esta cansada desse mundo certo.   

Nayara Alvim.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Despedida

  Eu sinto que devo ir minha sorte se foi e os momentos bons também. Devo dar adeus ao laço que estive presa por um tempo tão intenso e curto. Como os pássaros migram pelo horizonte a fora, com o caminho destinado que os chamam na hora certa, eles precisam sempre ir e eu também.
  Todos os dias me vejo caída em um livro sem fim, seguido de páginas e mais páginas de sonhos esperados e concretizados de uma vida que não é mais minha. Estive presa a um ciclo vicioso que girava em torno de você, um ano que entre muitos rodeios eu pude ter a certeza do que mais importava para nós, o sentimento. Eu me joguei junto a você de um penhasco alto e traiçoeiro, deixei de lado meu medo, minha insegurança e todas feridas que já havia tido. Foi a melhor e pior sensação do mundo, porque por um momento eu acreditei que não haveria mais queda, acreditei que flutuaríamos sempre em nossos sonhos, em uma vida feliz ao seu lado. Eu estava enganada. Tudo um dia acaba, tudo um dia chega ao fim. Eu mal percebi quando você soltou minha mão, eu ainda estava flutuando distraída imaginando o que mais poderíamos fazer, quanto carinho eu ainda iria te dar e como eu iria cuidar cada vez mais e mais de você. Foi um choque. Era como se eu levasse um tiro e eu percebesse apenas depois quando a dor se manifestasse por inteira. Não queria e não conseguia aceitar a sua perda, era injusto e viril. Eu queria fugir do clichê, queria provar que amor pode ser bom, pode trazer felicidade e não o contrário. Não se resultar em dor, em feridas, em cicatrizes. Mas infelizmente não consegui, o amor não era o bastante, não nosso. A verdade veio a tona, para que haja uma corrente é preciso de duas mãos e a que eu precisava não estava mais comigo. O vazio me envolveu acompanhado da dor. É difícil...
  Senti, senti o que me jogou de vez ao chão e o corte dos espinhos que me aguardavam. Me destrocei com a queda e dessa vez estava sozinha, eu cai sozinha. Você descumpriu sua promessa, desejou que eu estivesse bem sem seus cuidados, sem sua presença. Não podia ter feito isso comigo... Não, não você. Tenho devaneios durante horas, de tudo me recordo 5 de março, 22 de agosto, 5 de setembro, 5 de novembro, 25 de novembro... Dias como esses que trazem consigo uma carga enorme de lembranças que eu deveria deixar de lado. O gosto que deixou em minha boca mesmo mal tocada, o doce tão doce que saciou toda minha sede de paz, de alegria, que trouxe a esses lábios sorrisos de luz. Logo depois veio o amargo, meio limão, meio pimenta, algo que não sei descrever, sabor de lagrimas e derrota. Tão forte a ponto de demonstrar em apenas um gosto tudo o que eu estava sentindo.
  Quando não ira maisQuando permaneceráQuando não será passageiroEstou fadigada de luta, de buscas e mais buscas no ponto infinito da vida. Queria mesmo era não precisar de um porto seguro, da essência do amor, de uma quimera felicidade.
  Hoje se encontra em um novo ano, uma nova vida com novos sonhos, novos planos, novas etapas que não estou mais incluída. Eu fiquei para trás, em uma parte pequena da história, foi uma caminhada breve, sem demora diga-se de passagem. Eu não pude ficar. Se me procurar provavelmente não encontrará, eu não consegui lhe acompanhar, estou atrás, bem atrás. Em seus rabiscos embolados que não tiveram sucesso. Como um livro esquecido na cabeceira, ele pode ser seu favorito, mas nunca terá mais lugar do que o que encontra na sua mão.
  Eu preciso ir...

Nayara Alvim. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Eu não sou o bastante

  Foi-se o tempo em que eu reconhecia algo aqui, eramos como Romeu e Julieta. Amor impedido, acobertado, guardado apenas dentro de nós. Aprendíamos a lidar com a situação com o tempo, a saudade, a distancia, tudo sempre tão difícil... Mas ali existia um dos laços mais fortes que tive a sorte em conhecer, o sentimento puro, a vontade de ficar junto, existia ali algo muito mais do que um amor comum. Ao menos era isso que eu achava... 
  Eu te procurei em ruas escuras, noites de desespero e angustia. Mal pregava os olhos, fazia questão em te esperar. Ficando com o coração na mão. Eu errei muitas vezes, eu sei. Mas tento entender, tento montar pedaços dessa quebra cabeça sem fim e não consigo! Dentro de mim apela para qual quer outra explicação a não ser a dura e velha verdade. A vida nos encaminhou para outros caminhos, ao menos você os seguiu.... Pois ainda sim, boba eu, continuo ali na espera de um sinal que possa me dar esperança para continuar. Você se perdeu? Eu estive a todo tempo do seu lado para segurar sua mão.... Ou não era você que estava ao meu lado? Apenas uma parte? Então todo este tempo que estive vivendo ao seu lado estava apenas com uma parte do seu eu? O que te desprendia a mim? O que descordava? Sempre incompreendida? Perguntas que me fazem ficar ate mesmo zonza, eu não sei lidar. Sei o quanto dói ter um amor perdido, uma parte de você por ai a fora, andando e tropeçando sem ter ideia do que acontecerá, que perigos podem acontecer, que feridas mais iram aparecer ou o que pulsa com maior dor aqui dentro, quando encontrar alguém melhor que eu. 
  Esse é o problema de se entregar como nunca havia feito na vida, abrir portas para o amor sem medo e despencar nesse penhasco sem fim, confiando em "nós" e mais nada. Eu tentei, tenho a maior certeza disso, nunca quis tanto algo como quis você. Mesmo sem querer, mesmo implorando a mim que me segurasse, eu ainda lhe procurava. "Não é no sentido de não querer mais e sim no sentido de não poder e não dar mais" nunca uma frase me derrubou tanto. Assim eu entendi. Finalmente eu entendi. 
  Vou apanhar da vida ainda, sei que vou apanhar de você também, com seu afastamento, com suas mudanças, com seu jeito seco de me tratar. Seja o que for, eu irei aprender de uma vez por todas que isso nunca foi para mim. O medo era besteira? Não, eu sei o quanto doí e não faço ideia de quando ira passar. Eu não quero isso para mim, eu não quero ser fraca, eu não quero implorar para que fique comigo, não quero que sinta pena de mim. Apenas queria acertar uma vez se quer, uma vezinha. Que a vida ao invés de me cortar em mil pedacinhos me amontasse e me deixasse assim por infinito tempo. 
  Você seguirá sua vida, conquistará alguém fácil. Consegue ser encantadora e amável como ninguém que eu havia conhecido, sabe disso. Tem a alma ferida, é sentimental mesmo que durona, consegue ser galante, engraçada, brincalhona. Tem lá suas manias, seus rituais ate mesmo para dormir. Inventa, muda os nomes do que você gosta, é meiga, é criancinha, madura... Conquista ate mesmo quem só olha de longe. Feita para ser amada, para ser cuidada. Mas eu não fui capaz, não fui o bastante não é mesmo? Seja quem for esse alguém que terá daqui para frente a chance de poder seguir com você, de te fazer feliz, será sem duvida a pessoa mais sortuda desse mundo. Ao possuir a peça defeituosa que trará sentido para tudo, ate mesmo no sorriso que carrega ao despertar durante a manhã. 
  Com toda minha sinceridade escrevo mais um de meus rabiscos... 


Nayara Alvim.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eu não tenho muito a oferecer...

Um quarto bagunçado cor de nada. Uma rotina monótoma e desinteressante.Tenho livros de contos e poesia, posso fazer café bem forte quando a noite vier e o sono faltar. Tem a vista linda que da do meu quarto para o céu lá fora, na qual não me canso de ver nunca. Tem minha companhia chata e grudenta. Feita hábitos, costumes e eternas manias. E o péssimo azar de gaguejar e corar rapidamente a cada errinho cometido. Tamanho nervosismo! Perceba também que sou ciumenta ou mais, possessiva. Por cobrar uma atenção mais do que demasiada e de forma alguma gostar da ideia que te olhem com desejo. Que você fique longe de mim. Mas também sei que tenho ardor na alma, desejos de loucuras que pode lhe arrancar o folego, lhe faz explodir de tanta alegria. Estava em nossos sonhos...

Não tenho uma beleza estonteante para te encantar todas as manhãs quando acordarmos, mas tenho carinho e um sorriso sincero a oferecer, todos os dias. Não sou interessante, inteligente e poderosa. Sou uma meninota que ainda esta aprendendo o que é a vida. Não sou de novidades, não de muitas. Minha vida é quieta  e meus problemas são confrontos de tempos e tempos atrás. Não tenho uma casa enorme com um jardim lindo como sempre sonhávamos em ter. Apenas tenho um comodo de quatro paredes que chega ser aconchegante e se quiser, pode chamar de nosso.

Sou manhosa, tenho medos bobos, pareço ainda uma criança com uma descoberta a mais, apenas. E tenho um vazio enorme em não te ter por comigo, agora. Você partiu sem mim...
Eu tenho tudo isso e um sentimento sincero do tamanho do universo para lhe oferecer. Amor.
Assim vejo que não é muito apesar de antes parecer suficiente para lhe ter junto a mim...

Eu não tenho muito a oferecer, amor...

Nayara Alvim.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Um certo ninguém

Ando por ai vendo reflexos embaralhados... Na água, no café, na poça de água que encontro no jardim enquanto a chuva escassa trás o brisa fria, nos espelhos embaçados dos corredores vazios, em todos os lugares. Reflexos quebrados, a visão esta confusa, meio perdida, menos centrada. Não sei o que vejo ou se ainda vejo mesmo algo. A quietude permanece durante esses temporais, é melhor, não a nada a ser feito mesmo. Na macies do estofado ajuda a me acolher um pouco, sento, me encolho e viajo a mil em minhas confusões. Passa raiva, passa saudade, passa dor, passa felicidade, ate passar tudo e não sobrar nada. Vazio. Esta faltando uma parte, na qual sei o que é exatamente. Unica, complexa e valiosa, a que procurei por tempos sem saber que procurava, a que encaixou perfeitamente e fez o sentido no que precisava. Mas eu perdi... E por isso me embaralho novamente, me desentendo, me desconcerto. O tempo paira e os segundos não correm, ta difícil. Procurar a resposta mesmo já sabendo, tentar manter o que não a mais. Aceitar que a vida muda e as pessoas também. Mas você não, apanhando e apanhando. Faz parte. O drama comanda tudo ate tudo ser nada. E se perder e se perder, agora eu entendo e depois não.

Nayara Alvim